Importância da investigação diagnóstica

Para auxiliar no diagnóstico médico, o profissional faz uma entrevista com o paciente. É a chamada “anamnese”, que “permite ao profissional de saúde identificar problemas, determinar diagnósticos, planejar e implementar a sua assistência.”1 É a partir desta conversa que o profissional determina a melhor terapia.

Recente julgado de uma das varas cíveis do Foro Regional de Madureira, do TJRJ, destacou a importância desta entrevista inicial para o processo diagnóstico.

No caso concreto, a paciente buscou determinado hospital com um quadro de abortamento infectado. A autora mostrou-se insatisfeita com a insistência do médico, na entrevista, em saber o que teria causado o aborto, entendendo que, não fosse a demora no tratamento, não teria sido necessária a realização de duas curetagens.

Saber esse detalhe era importante, contudo, porque o abortamento infectado costuma acontecer quando ocorre manipulação do útero por instrumentos que não foram esterilizados. Conhecer o que teria provocado o aborto poderia levar o médico a traçar um diagnóstico de forma mais rápida.

A curetagem “é um procedimento realizado pelo ginecologista com o objetivo de limpar o útero através da remoção de restos de um aborto incompleto ou da placenta após o parto normal”.2 O Perito esclareceu, contudo, que pode acontecer de, mesmo após o referido procedimento, restos placentários permanecerem no útero, sendo necessária nova curetagem, o que foi no exato sentido da linha de defesa do Hospital.

O perito não só apontou que a curetagem representava o melhor caminho a ser tomado, como indicou que o procedimento foi bem executado.

O juiz, ao se basear nas conclusões do laudo pericial, acabou por abraçar as teses defensivas, convencendo-se de que saber o que causou o aborto era necessário ao melhor plano diagnóstico e que a necessidade de nova curetagem ocorreu por conta de uma intercorrência e não por erro médico.

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